Olá, tudo bem? Vamos continuar nosso bate-papo sobre educação corporativa? Quero falar de alguns objetivos globais que eu enxergo quando falo de um processo de educação nas empresas. O primeiro é difundir a ideia de desenvolver um capital intelectual, algo que é um fator diferencial quando pensamos em concorrência, porque alguns itens são commodities, ou seja, todo mundo acaba produzindo a mesma coisa. Por exemplo, em escolas de ensino regular, fundamental e médio, todo mundo sabe o que tem que ensinar, está no plano de ensino. O que vai diferenciar uma escola da outra é realmente como você trabalha o capital intelectual dos professores, dos alunos e tudo mais.
Olha só, no momento atual em que vivemos, estamos passando por um problema seríssimo com essa mudança do ensino presencial, de uma forma muito rígida, para o ensino a distância, e, em alguns casos, o ensino híbrido. Quando tiveram que fazer isso meio que a força, ou seja, colocar todos os professores em frente a uma câmera dando aula para o aluno que está em casa, todo mundo entrou em pânico. Muitas escolas tiveram que se preparar e instruir professores a lidar com tecnologias de plataformas LMS, a falar na frente da câmera e utilizar recursos multimídias para interagir com o aluno. Quando eu falo em um processo de educação corporativa, em difundir toda mudança de pensamento, se eu já trabalhasse com o time de educadores esses pontos, diante de uma fatalidade dessas eu já estaria com o meu corpo docente preparado para interagir com o meu aluno, porque eu já vinha me preparando para isso.
As aulas online só afloraram um pouco mais com a questão da pandemia, mas elas sempre existiram. É que muitas escolas estavam fechadas para isso: “meu método é presencial e eu só vou viver nesse mundinho aqui”, o que é errado! Olhem para tudo o que aconteceu, o time não estava preparado, mas poderia estar. Quando eu trabalho meu capital intelectual, meu corpo de colaboradores, estou preparada para qualquer mudança que possa surgir diante do meu negócio e também para orientar da melhor forma possível os meus alunos e os pais dos alunos. Então, um dos objetivos principais é a gente difundir a ideia de que o capital intelectual é um processo de diferenciação nas empresas, e não é mais só futuro, não. Está acontecendo agora!
Outro ponto é despertar nas pessoas a vocação por aprender. Quando falo de educação corporativa, eu coloco em uma vitrine o conhecimento. O objetivo da educação corporativa é dizer assim: “olha, você quer saber mais”, “quer se desenvolver melhor”? Olha quantas informações estão disponíveis para você! Tem conhecimento ali disponível em vídeo, em podcast, em cartilhas…. na forma que você quiser. A gente tem que despertar nas pessoas a vocação pelo aprender, pelo querer aprender.
Outro objetivo que eu gosto muito é incentivar o processo de autodesenvolvimento. É legal quando você tem alguém intermediando o processo de aprendizado. Eu, por exemplo, estou aqui batendo um papo com você sem a intenção de ensinar nada, mas, sim, de fazer uma troca. É um processo de ensino-aprendizagem, em que as pessoas têm que ser orientadas a procurar o autodesenvolvimento, a querer! Não dá para enfiar na pessoa “você tem que aprender isso”, porque não vai ficar retido nela por muito tempo. Depois vai embora… Isso é uma informação, não é conhecimento.
Então, a gente tem que incentivar e estruturar todo o nosso processo de educação corporativa para promover o autodesenvolvimento, aquele sentimento gostoso do aprender. Outro ponto é motivar e reter os melhores talentos, contribuindo para o aumento da sua felicidade pessoal. As pessoas têm que se sentir bem e felizes, sendo capazes de dizer para si mesmas “hoje eu sou muito melhor”. Pegando o nosso exemplo do início, o professor teria muito mais confiança para dar a aula presencial ou online, pegar uma câmera e ligar para falar com o aluno, preparar as aulas por meio de apresentações em PowerPoint, em podcasts, ou até mesmo em animação, jogos, enfim.
Trata-se da pessoa enxergar que ela evoluiu, perceber o quanto melhorou. Esse é o nosso objetivo, trabalhar pela felicidade pessoal e profissional dessas pessoas. Mais um ponto principal que a gente já falou no texto anterior, mas eu gosto de reforçar, é que o objetivo da educação corporativa está em desenvolver competências críticas e não voltadas apenas às habilidades. Não é saber fazer, apenas; é saber o porquê eu preciso entender aquilo. É colocar as pessoas em um processo questionador: “se eu mudar isso de lugar e colocar dessa forma, será que eu vou reduzir o meu tempo de produção e melhorar eficácia do meu produto?”. Quer dizer sair dessa habilidade, “o que tem que fazer”, e trabalhar a competência crítica, ou seja, o porquê eu tenho que fazer, porquê que isso é importante e como eu posso fazer isso de uma forma melhor. Então a gente sai um pouco dessa coisa mecânica e vai para um aspecto muito mais pensador, mais voltado ao desenvolvimento das questões.
Outro ponto é que a gente acaba, infelizmente, dando muito mais valor para o que vem de fora, e isso é do ser humano. Contratar um palestrante é muito bom, tenho certeza absoluta de que agrega muito para o negócio, mas, às vezes, você tem todo um conhecimento ali dentro mesmo da sua empresa. Eu já trabalhei com clientes onde o apresentador de uma websérie que a gente desenvolveu foi o melhor vendedor que a empresa tinha. Por que trazer um profissional de fora para falar como vender o produto se eu tenho ali um cara que vende muito bem e garante a satisfação do meu cliente? Por que ele não multiplica o seu conhecimento? Por que ele não tem um papo com os outros colaboradores e conta qual é a estratégia que ele usa para vender mais? A gente tem que tirar essa coisa de que o que vem de fora é melhor. “Ah, olha esse perfume é bom porque eu comprei lá nos Estados Unidos”. A gente tem um monte de perfumes bons aqui no Brasil! A gente tem que dar valor porque é nosso, porque está em casa. Então, esse é outro objetivo da educação corporativa que tem que ser atacada.
Recapitulando: precisamos difundir a ideia de que a gente tem que desenvolver as pessoas dentro da empresa para se diferenciarem no mercado; despertar nos talentos a vocação por aprender; incentivar o processo de autodesenvolvimento; reter os talentos ali da nossa empresa, promovendo o aumento da sua felicidade pessoal e o seu desenvolvimento profissional; colocar todas as nossas ações em desenvolvimento de competências críticas ao invés de só trabalhar as habilidades; olhar para toda a pedra bruta que a gente tem no nosso negócio e lapidar e multiplicar o conhecimento que já está implantado ali dentro. Eu resumi acima um pouco dos objetivos globais de um processo de educação corporativa, mas nos próximos textos a gente vai entrar em mais detalhes de como aflorar os processos aí na sua empresa. A gente se vê!
Confira esse material em vídeo: