Curso a Distância e Avaliação: como, quando e por quê?

Curso a Distância e Avaliação: como, quando e por quê? | Didáctica

Neste artigo, vamos mostrar que, sim, vale muito a pena não só a avaliação dos seus alunos como também o acompanhamento de seu desempenho e aprendizado.

Por Daniela Luiz*

 

Vamos pela lógica e pela sua vivência como aluno. No final de cada período do ano, no ensino regular, você não era (ou ainda é) submetido a uma avaliação? E qual era o propósito dela? Confirmar o conhecimento adquirido por você, certo?

Se formos pensar assim, você, agora na posição de educador, também tem esse compromisso com o seu aluno. Entretanto, quando falamos em avaliação, abrimos um leque para várias possibilidades e diferentes modos de fazê-la.

Quer ver só?

 

O que é avaliação?

Segundo Luckesi, a avaliação é uma apreciação qualitativa sobre dados relevantes do processo de ensino e aprendizagem e tem como propósito ajudar o educador na tomada de decisões sobre a condução do seu trabalho.

Mas o que isso quer dizer?

Bom, em outras palavras, quer dizer que, dependendo do resultado obtido em uma avaliação, o educador poderá conduzir de forma diferente o método de ensino e o conteúdo exposto, reforçar mais um ou outro ponto, entre outras ações.

 

E quais são as funções de uma avaliação?

Podemos dizer que a avaliação de um treinando tem três funções. São elas:

  1. Didático-pedagógica
  2. Diagnóstica
  3. Controle

 

 

Didático-pedagógica

Essa função tem como papel contribuir para a assimilação e a fixação do conteúdo apresentado durante o curso, corrigir possíveis erros e fazer com que o conhecimento seja adquirido e que haja o desenvolvimento das capacidades cognoscitivas.

Diagnóstica

Tem como função avaliar o treinando, acompanhar o seu progresso durante o curso e, até mesmo, as possíveis dificuldades.

Esse processo de diagnóstico é feito no início, no meio e no fim do curso, para que o educador possa, justamente, avaliar a evolução do treinando.

Controle

A função do controle é verificar os meios como a avaliação será realizada e com que frequência ela será aplicada.

Essa frequência pode ser, por exemplo, ao final de cada “bloco” de conteúdo ou, então, no final do curso.

Fonte inspiradora: LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994. Página 197.

 

Qual dessas funções devo usar?

Bom, essa questão fica a seu critério. Você pode usá-las de modo combinado ou, então, se preferir, de forma isolada. Em se tratando de educação corporativa, o interesse é juntá-las e tirar o melhor proveito de cada uma dessas funções.

Vamos ver na prática!

Treinamento: Capacitação em Vendas

Função didático-pedagógica: é o objetivo do processo, ou seja, as intenções que a empresa tem com esse treinamento e a quais resultados a empresa (ou a área de T&D) pretende chegar.

Função diagnóstica: de acordo com os objetivos do processo (função didático-pedagógica), a empresa (ou área de T&D) determina que avaliará o treinando:

  1. antes do início e no  início do curso, verificando o nível de conhecimento que ele tem, a performance atual de vendas etc.;
  2. no meio do curso, analisando os resultados intermediários obtidos por meio das avaliações; e
  3. no final do curso, após três meses de treinamento, observando o quanto ele melhorou as suas vendas, se atingiu as metas etc.

Função controle: três avaliações em diferentes momentos, podendo aplicar a avaliação somativa (prova dissertativa, testes etc.) e a avaliação formativa (desempenho do treinando durante o treinamento).

Instrumentos de verificação/controle

Você, gestor da área de T&D, poderá exercer, no dia a dia, a função de controle, fazendo uso de alguns instrumentos de verificação, como veremos a seguir:

 

Avaliação Somativa

– Prova escrita dissertativa
– Prova escrita de questões objetivas
– Questões de certo e errado
– Questões para completar lacunas
– Questões de múltipla escolha
– Atividades para ligar
– Perguntas de interpretação de texto

 

Avaliação Formativa

– Controle de Desempenho

Atribuição de Notas

A atribuição de notas depende muito dos critérios estabelecidos durante o processo didático-pedagógico. Em alguns casos, você pode atribuir, na função de controle, notas em escalas numéricas (0 a 10) ou, então, por menções (bom, ótimo, regular etc.) e, até mesmo, por letras (A, B, C etc.).

O percentual de “corte” também fica a seu critério. Normalmente, em conteúdos mais gerais, como, por exemplo, voltados à integração, usa-se como referência 70%; já para conteúdos mais técnicos, 80%.

Aí fica a critério da proposta da área de T&D.

Este texto contribuiu para a sua empresa? Espero que sim!

 

Até a próxima!

 

Daniela Luiz é especialista em gestão de conhecimento e sócia-diretora da Didáctica, empresa de soluções em educação e conhecimento. É coautora de diversos livros, entre manuais, guias, cursos online e videotreinamentos.

Referência bibliográfica

LUCKESI, Cipriano Carlos. Elementos para uma didática no Contexto de uma Pedagogia para a Transformação. Anais da III CBE. São Paulo, Loyola, 1984.

LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994.