A princípio, todo mundo acredita que funcionários qualificados são mais produtivos para a empresa. Mas, infelizmente, concordar com isso não é, em muitos casos, colocar esta ação em prática.
Por Daniela Luiz *
Não há dúvidas de que funcionários qualificados são mais produtivos para qualquer tipo (ou ramo) de empresa. Quer ver só? Suponhamos que o custo de produção de um produto da sua empresa seja de R$ 1,00 por unidade. Até aí, tudo bem. A equipe de T&D, juntamente com a área de produção, desenvolve um treinamento técnico, orientativo e voltado a resultados. Desenvolvido esse treinamento, ele é ministrado para a equipe e, então, é feito o acompanhamento da aplicação deste novo conhecimento adquirido.
Mas, e aí? O que mudou efetivamente? Mudou que o custo de produção passou de R$ 1,00 para R$ 0,08. Mágica? Não! Desenvolvimento de pessoas.
Vamos detalhar melhor essa conversa? Veja só!
1) Que resultado quero atingir?
Antes de sair por aí querendo qualificar os seus funcionários, primeiramente, você precisa saber qual é o resultado que deseja atingir. Aonde você quer chegar? Alice, aquela do filme, não sabia e por isso qualquer caminho para ela valia. Mas, como gestor, não dá para ser assim, concorda?
No nosso exemplo, o resultado desejado era reduzir o custo de produção. Sabendo que esse era o “destino”, ficou mais fácil definir quais os caminhos a serem seguidos.
O trajeto de T&D (treinamento e desenvolvimento) não é o único, mas, certamente, é o mais assertivo. Isso porque, numa tacada só, você atinge os resultados do negócio e, de lambuja, motiva e desenvolve pessoas. O que é perfeito, né?
2) Como desenvolver esse treinamento?
Sozinha, a área de T&D não vai muito longe. É um departamento da empresa (interno ou externo) que sabe das técnicas, das modalidades de ensino e das possibilidades de desenvolvimento das ações. Porém, cá entre nós, conhecer de produção e do dia a dia operacional não é o seu forte. Concorda? Então, devemos unir o útil ao agradável. Juntar forças, sabe como é?
De um lado, vamos ter a estruturação do método de ensino e, do outro, toda a necessidade técnica. Assim, as duas estarão voltadas para o resultado que a empresa deseja atingir.
3) Aplicar o treinamento
Só falar, falar e falar não é garantia de que o seu treinando vai aprender. Você já ouviu falar do conceito de aprendizagem 70: 20: 10? Não! Então, peraí, eu já vou te explicar.
- 70% do aprendizado de um treinando vem dos desafios profissionais do dia a dia dele no trabalho;
- 20% é do que o treinando “constrói” interagindo com outras profissionais/colegas de trabalho;
- e, 10% na educação formal (sala de aula, PowerPoint etc).
O que tudo isso quer dizer? Que dizer que, além de explicar os conceitos, você, Gestor, deverá orientá-los a aplicar todo o conhecimento adquirido, ou seja, colocar em prática tudo aquilo que ele aprendeu em sala de aula. Se não for assim, esquece. O treinando dorme e no outro dia já não lembrará mais de nada.
4) Acompanhar, acompanhar e acompanhar
Não tem milagres nessa história. Se você, Gestor, não acompanhar, nada irá acontecer e os resultados não aparecerão. É preciso acompanhar não só a aplicação do conhecimento na prática, como também os resultados que eles estão gerando. Aí entra outra técnica boa, o PDCA (Plan – Do – Check – Act/Adjust). Planejar, fazer, checar/acompanhar e fazer, se necessário, correções de rota.
Depois desse bate-papo, vamos voltar à pergunta inicial: funcionários qualificados são mais produtivos? Sim. Mas, se você, Gestor, não souber aproveitar essa qualificação ou, então, não direcioná-la para os resultados desejados pela empresa, certamente, terá dúvidas para responder essa questão. O que será uma pena!
Até a próxima!
Daniela Luiz é especialista em gestão de conhecimento e sócio-diretora da Didáctica, empresa de soluções em educação e conhecimento. É coautora de diversos livros, entre manuais, guias e treinamentos, cursos online e videotreinamentos.